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RIO DE JANEIRO, 14 Abr. 16 / 09:00 pm (ACI).- Na segunda-feira, 11 de abril, o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participou do ato “Cultura a Favor da Democracia”, a favor do governo, na Lapa, Rio de Janeiro. Em um discurso inflamado, ele abordou o que chamou de direitos da mulher e sugeriu que o país reavaliasse a questão do aborto.
“Eu sou católico, sou cristão e sou até conservador. De vez em quando, perguntavam assim para mim: ‘Lula, você é contra ou a favor do aborto?’ Eu respondia: ‘Eu, marido de dona Marisa, pai de cinco filhos, sou contra o aborto, mas como Presidente da República, vou tratá-lo como questão de saúde pública’”, declarou o ex-presidente, segundo o jornal O Dia.
Falando em certo tom de campanha, o petista reforçou a ideia tão defendida por grupos feministas de que “a mulher tem que ter liberdade sobre o seu corpo”.
“Cada um tem direito de cuidar do corpo do jeito que quiser. Eu vi agora a guerra para aprovar o plano que falava em educação sexual em nossas escolas. Eles [a chamada elite pelo ex-presidente] foram contra”.
Lula disse que a elite quer “a educação da novela das oito, das novelas das nove onde as crianças aprendem o pior tipo de coisa, em vez de uma professora em sala de aula ensinando para a criança o que é o seu corpo e como utilizá-lo corretamente”.
“Os filhos dos ricos têm isso. Têm até professores particulares. Quando ficam com probleminhas, tem até psicólogo, analista. E filho de pobre, o que tem? Filho de pobre tem que aprender na rua, é isso que eles querem”, ironizou o político, conforme fala transcrita pelo jornal carioca.
O Partido dos Trabalhadores (PT), do qual pertencem o ex-presidente Lula e a atual presidente Dilma Rousseff, é reconhecidamente favorável ao aborto.
Na ‘Carta de Salvador e resoluções do 5º Congresso” do PT (que aconteceu em junho de 2015), no capítulo que aborda “Políticas de igualdade para as mulheres”, o partido afirma a necessidade de “avançar no combate a todas formas de violência contra as mulheres e para o reconhecimento da autonomia em relação ao seu corpo e sexualidade e que, portanto, enfrente a criminalização do aborto, a lesbofobia e as práticas machistas na sexualidade”.
O mesmo tema foi abordado, por exemplo, nas resoluções do 3º Congresso Nacional do Partido, ao defender entre suas chamadas políticas e ações para “a melhoria da qualidade de vida das mulheres. Entre os tópicos apresentados, um deles diz:
“Defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público evitando assim a gravidez não desejada e a morte de centenas de mulheres, na sua maioria pobres e negras, em decorrência do aborto clandestino e da falta de responsabilidade do Estado no atendimento adequado às mulheres que assim optarem”.
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