História dos Santos

Festa da Sagrada Família: Jesus, Maria, José!

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O Natal, sob muitos aspectos, é uma festa doméstica. Ela reúne a família, os irmãos distantes e, sobretudo, encanta as crianças com seus pais ao perceberem como estes valorizam, nesta ocasião, a variedade de símbolos. O clima de amor e confraternização pervage a Solenidade do Nascimento do Senhor. Liturgicamente, a Igreja se detém no fato do Filho de Deus ter tido necessidade também de uma família que o acolhesse. Como homem, frágil e pequeno, precisou ser amado por um coração de mãe.

Ele experimentou a dependência na submissão a seus pais. Ele vivenciou a contingência de crescer e aprender no interior de um lar e de uma cultura determinada. Eis o símbolo de Nazaré onde Jesus viveu e cresceu (Lc 2,39-40). O mistério inaudito da Encarnação se entrelaça, desta maneira, com a realidade da família, escola de amor e de fé, de inculturação e de sociabilidade.

Maria, a Virgem Mãe, acolhe na fé o mistério, fruto do seu ventre. São José também acolhe na Fé o mistério, adotando o Menino e recebendo a Mãe. Deste modo, assume a paternidade legal de Jesus, cumprindo com fidelidade sua altíssima e insubstituível missão: José, filho de Daví, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados (Mt 1,20-21).

A oportunidade da festa da Sagrada Família, como decorrência do mistério do Natal que celebramos, nos proporciona apresentá-la como protótipo, exemplo e modelo para todas as famílias cristãs (cf.Familiaris Consortio, Conclusão; Redemptoris Custos, III, 21). Embora constituindo-se também um mistério especial pela natureza do amor e do matrimônio que uniam José e Maria, a presença inestimável do Filho de Deus, e a natureza das relações materno-paternais de Maria e de José para com Ele, esta Família é modelo nas virtudes teologais, a serem cultivadas por todas as famílias cristãs.

O sentido de Deus, do sagrado e do mistério, norteava e unia a Família de Nazaré. Por isso, mesmo tendo vivido uma situação especial e única de um lar construído na castidade perfeita, a serviço da Encarnação, ela é a expressão mais nítida da vivência das virtudes familiares e teologais. Serve, então, de estímulo e de intercessão para todas as famílias que queiram vivenciar os valores evangélicos. A propósito, nos lembra o Papa:

Por misterioso desígnio de Deus, nela viveu o Filho de Deus

escondido por muitos anos: é, pois, protótipo e exemplo de todas

as famílias cristãs. E aquela Família, única no mundo, que passou

uma existência anônima e silenciosa numa pequena localidade da

Palestina;que foi provada pela pobreza, pela perseguição, pelo exílio;

que glorificou a Deus de modo incomparavelmente alto e puro,

não deixará de ajudar as famílias cristãs, ou melhor, todas as famílias

do mundo,na fidelidade aos deveres quotidianos, no suportar as

ânsias e as tribulações da vida, na generosa abertura às

necessidades dos outros, no feliz cumprimento do plano de Deus a

seu respeito (Familiaris Consortio, Conclusão).

Hoje, na medida em que avança a secularização do pensamento e do comportamento, mesmo a família cristã se priva, muitas vezes, da sua dimensão sagrada. Mal se dá conta que o amor de Deus em Cristo a uniu, mediante o Sacramento do Matrimônio, para ser sinal visível e terno de sua presença em todas as expressões da vida conjugal e familiar. Quanto mais difícil se torna a proposta cristã para família contemporânea, mais imperioso se faz anunciá-la como boa e alegre notícia de salvação.

Há um evangelho para a família. Evangelho que supõe uma espiritualidade conjugal e familiar e uma ética própria, baseada na abertura da família aos apelos de Deus, do meio social e cultural e das necessidades de seus membros. O critério supremo da vida conjugal e familiar é o amor ou a caridade como veículo da perfeição (Cl 3,16).

Neste sentido, a família cristã se instaura no mundo e na Igreja como escola de amor a Deus e ao próximo, mediante o respeito aos mandamentos do Senhor, a oração e o diálogo entre as diferenças.

 

 

Fonte - https://formacao.cancaonova.com/diversos/festa-da-sagrada-familia-jesus-maria-jose/

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Santa Catarina: a analfabeta que virou conselheira do Papa e Doutora da Igreja

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Santa Catarina nasceu em Sena, Itália, em 1347. Ainda bem jovem, entrou na Ordem Terceira de São Domingos, sobressaindo pelo seu espírito de oração e penitência. Levada pelo amor a Deus, à Igreja e ao Pontífice Romano, trabalhou sem descanso pela paz e unidade da Igreja nos tempos difíceis do desterro de Avignon. Chegou a ir até esta cidade e pediu ao Papa Gregório XI que voltasse quanto antes a Roma, de onde o Vigário de Cristo na terra deveria governar a Igreja. “Se eu morrer, sabei que morro de paixão pela Igreja”, declarou poucos dias antes da sua morte, ocorrida no dia 30 de abril de 1380.

Santa Catarina escreveu inúmeras cartas, das quais se conservam cerca de quatrocentas, algumas orações e elevações, e um só livro, o Diálogo, que relata as suas conversas íntimas com o Senhor. Foi canonizada por Pio II e seu culto se estendeu rapidamente por toda a Europa. Santa Teresa diz que, depois de Deus, devia a Santa Catarina, muito singularmente, o progresso da sua alma. Pio IX a nomeou segunda padroeira da Itália e Paulo VI a proclamou Doutora da Igreja.

– I –

Sem particular instrução, aprendeu a escrever quando já era bastante crescida. Numa existência curta, Santa Catarina teve uma vida cheia de frutos, “como se tivesse pressa de chegar ao eterno tabernáculo da Santíssima Trindade” (São João Paulo II, Homilia em Sena, 14/10/1980). Para nós, é um modelo de amor à Igreja e ao Romano Pontífice, a quem chamava “o doce Cristo na terra” (S. Catarina de Sena, Cartas, III), e de clareza e valentia para se fazer ouvir por todos.

Os papas residiam naquele tempo em Avignon, França, enquanto Roma, o centro da cristandade, se transformava numa grande ruína; como é evidente, tal situação acarretava inúmeras dificuldades para a Igreja universal. E o Senhor levou Santa Catarina a compreender a necessidade de que os papas voltassem à sede romana para darem início à ansiada e imprescindível reforma. Ela correspondeu: orou incansavelmente, entregou-se à penitência, escreveu ao papa, aos cardeais, aos príncipes cristãos…

Proclamou ainda, por todo o mundo, a obediência e o amor ao Pontífice Romano, sobre quem escreveu: “Quem não obedece a Cristo na terra, àquele que está no lugar de Cristo no Céu, não participa do fruto do sangue do Filho de Deus” (idem, Carta 207, III).

Com vigor imenso, dirigiu prementes exortações a cardeais, bispos e sacerdotes, implorando-lhes a reforma da Igreja e a pureza dos costumes. E não deixou de censurá-los gravemente, embora sempre com humildade e respeito pela dignidade de que estavam revestidos, pois “são ministros do sangue de Cristo” (cfr. Paulo VI, Homilia na proclamação de Santa Catarina de Sena como Doutora da Igreja, 04/10/1970). Estava convencida de que a saúde espiritual do rebanho dependia da conversão e do exemplo dos pastores da Igreja.

Peçamos hoje a Santa Catarina de Sena a graça de sabermos alegrar-nos com as alegrias da nossa Mãe, a Igreja, e de sofrer com as suas dores. E nos perguntemos como é a nossa oração pelos pastores que a governam, se oferecemos diariamente algum sacrifício, horas de trabalho, contrariedades suportadas com serenidade, pelas intenções do Santo Padre, desejosos de ajudá-lo a enfrentar essa imensa carga que Deus colocou sobre os seus ombros. Peçamos também a Santa Catarina que nunca faltem bons colaboradores ao lado do “doce Cristo na terra”.

Para tantos momentos da história, que o diabo se encarrega de repetir, parece-me uma consideração muito acertada aquela que me escrevias sobre lealdade: ‘Trago o dia todo, no coração, na cabeça e nos lábios, uma jaculatória: Roma!’” (São Josemaría Escrivá, Sulco, nº 344). Esta única palavra é suficiente para nos ajudar a manter a presença de Deus durante o dia e a manifestar a nossa unidade com o Romano Pontífice e a nossa oração por ele.

– II –

Santa Catarina sempre revelou requintada sensibilidade; foi profundamente feminina (cfr. São João Paulo II, Homilia, 29/04/1980). Ao mesmo tempo, era extraordinariamente enérgica, tal como são as mulheres que amam o sacrifício e permanecem junto à Cruz de Cristo, e não permitia desfalecimentos nem fraquezas no serviço a Deus. Estava convencida de que, em se tratando da salvação própria e das almas, resgatadas por Cristo com o seu Sangue, não tinha cabimento enveredar por caminhos de excessiva indulgência, adotar por comodismo ou covardia atitudes de débil filantropia, e por isso gritava: “Basta de unguentos! Pois com tanto unguento estão apodrecendo os membros da Esposa de Cristo!”.

Foi sempre fundamentalmente otimista e não se desanimava se, depois de ter feito o que estava ao seu alcance, os assuntos não se resolviam à medida dos seus desejos. Durante toda a vida, foi uma mulher profundamente delicada. Os seus discípulos recordaram sempre o seu sorriso aberto e seu olhar franco; andava sempre bem arrumada, amava as flores e costumava cantar enquanto caminhava. Quando um personagem da época, incitado por um amigo, a procurou para conhecê-la, esperava encontrar uma pessoa de olhar oblíquo e sorriso ambíguo. Teve a grande surpresa de encontrar uma mulher jovem, de olhar claro e sorriso cordial, que o acolheu “como a um irmão que voltava de uma longa viagem”.

Pouco tempo depois do retorno a Roma, o papa morreu. A eleição do sucessor deu início ao cisma que tantas dilacerações e dores provocaria na Igreja. Santa Catarina falou e escreveu a cardeais e reis, a príncipes e bispos… Em vão. Exausta e cheia de pena, ofereceu-se a Deus como vítima pela Igreja. Num dia de janeiro, quando rezava diante do túmulo de São Pedro, sentiu sobre os ombros o imenso peso da Igreja, como aconteceu com outros santos. Mas o tormento durou poucos meses: em 29 de abril, por volta do meio-dia, Deus a chamou para a Sua glória.

Do leito de morte, dirigiu ao Senhor esta comovente oração: “Ó Deus eterno, recebe o sacrifício da minha vida em benefício deste Corpo Místico da Santa Igreja. Não tenho nada para te oferecer senão o que Tu mesmo me deste” (S. Catarina de Sena, Carta 371, V). Alguns dias antes, tinha dito ao seu confessor: “Eu lhe garanto que, se morrer, a causa única da minha morte será o zelo e o amor à Igreja que me abrasa e me consome…”.

Os nossos dias também são de provações e dor para o Corpo Místico de Cristo. Por isso, “temos de pedir ao Senhor, com clamor incessante (cfr. Is 58, 1), que os abrevie, que olhe com misericórdia para a sua Igreja e conceda novamente a luz sobrenatural às almas dos pastores e às de todos os fiéis” (São Josemaría Escrivá, Amar a Igreja, Prumo-Rei dos Livros, Lisboa, 1990, pág. 59). Ofereçamos a nossa vida diária, com as suas mil pequenas incidências, pelo Corpo Místico de Cristo. O Senhor haverá de nos abençoar, e Santa Maria, Mãe da Igreja, derramará a sua graça sobre nós com particular generosidade.

– III –

Santa Catarina nos ensina a falar com clareza e valentia quando se debatem assuntos que afetam a Igreja, o Sumo Pontífice ou as almas. Não serão poucos os casos em que teremos a grave obrigação de esclarecer a verdade e, nessas ocasiões, podemos aprender de Santa Catarina, que nunca retrocedeu diante do fundamental porque tinha a sua confiança posta em Deus.

O Apóstolo São João nos diz: “Eis a mensagem que ouvimos de Jesus e vos anunciamos: Deus é luz e nele não há nenhuma espécie de trevas” (1 Jo 1, 5). Aqui estava a origem da força dos primeiros cristãos, bem como da dos santos de todos os tempos: não ensinavam uma verdade própria, mas a mensagem de Cristo que nos foi transmitida de geração em geração. É o vigor de uma Verdade que está por cima das modas, da mentalidade de uma época concreta. Devemos aprender cada vez mais a falar das coisas de Deus com naturalidade e simplicidade, mas, ao mesmo tempo, com a segurança que Cristo nos pôs na alma.

Diante da campanha sistematicamente organizada para obscurecer a verdade ou silenciar toda obra boa e reta, que às vezes mal têm eco nos grandes meios de comunicação, nós, cada um no seu ambiente, temos de atuar como porta-vozes da verdade. Alguns papas falaram da conspiração do silêncio (cfr. Pio XI, Enc. Divini Redemptoris, 10/03/1937) que se tece em torno das boas obras – literárias, cinematográficas, religiosas, de benemerência social – promovidas por bons católicos ou por instituições organizadas por católicos. São silenciadas ou deixadas na penumbra justamente porque são promovidas por católicos, enquanto se orquestram louvores a obras ou iniciativas que atentam contra os valores humanos, que pregam uma falsa liberdade e a antissolidariedade, ou que apagam do horizonte do homem as ânsias de Deus.

Podemos fazer grande bem neste apostolado da opinião pública. Às vezes, só conseguiremos esclarecer os vizinhos, os amigos que visitamos ou nos visitam, os colegas de trabalho… Em outros casos, poderemos ir um pouco além, por meio de uma carta aos jornais, de uma ligação telefônica a uma emissora de rádio ou de televisão, não nos furtando a responder ao questionário de uma pesquisa de opinião pública… Devemos afastar a tentação do desalento, o sentimento de que “pouco podemos fazer”. Um rio caudaloso é alimentado por pequenos riachos, que, por sua vez, se formaram gota a gota. Que não falte a nossa. Foi assim que os primeiros cristãos começaram.

Peçamos hoje a Santa Catarina que nos comunique um pouco do seu amor à Igreja e ao Sumo Pontífice e que tenhamos o anseio de divulgar a doutrina de Cristo em todos os ambientes, por todos os meios ao nosso alcance, com imaginação e com amor, com otimismo e de modo positivo, sem negligenciar uma única oportunidade. E, com palavras da santa, peçamos também a Nossa Senhora:

A ti recorro, Maria! Ofereço-te a minha súplica pela doce Esposa de Cristo e pelo seu Vigário na terra, a fim de que lhe seja concedida luz para governar a Santa Igreja com discernimento e prudência” (Santa Catarina de Sena, Oração, XI).

___________________

Traduzido de original em espanhol escrito pelo Pe. Francisco Fernández Carvajal

Fonte: Aleteia - http://filhosdedeus.blog.br/santa-catarina-analfabeta-que-virou-conselheira-papa-e-doutora-da-igreja/

 

 

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Santa Josefina Bakhita, exemplo de esperança cristã

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A irmã morena, assim era carinhosamente chamada Santa Josefina Bakhita, religiosa que sofreu as dores da escravidão, mas conheceu o amor de Deus a quem decidiu se consagrar. Neste dia 8 de fevereiro, a Igreja recorda a sua memória litúrgica.

Santa Josefina Bakhita nasceu em uma aldeia perto da montanha Agilerei, no Sudão, em 1869.

Tendo sido vendida e comprada por várias vezes, experimentou diversas humilhações e sofrimentos físicos da escravidão. A experiência dolorosa fez com que esquecesse o próprio nome.

Bakhita, que significa afortunada, foi o nome que recebeu de comerciantes de escravos. “Bakhita é um nome formoso; vai te trazer boa sorte”, disse um deles.

Até que foi comprada por um cônsul italiano, que a levou para a Itália e a entregou a uma família amiga de Veneza, o casal Michieli, pois a esposa tinha se afeiçoado a Bakhita. Este casal teve uma filha e a santa passou a ser a babá e amiga da menina.

Por conta dos negócios, esta família teve que retornar para a África. Mas, seguindo conselhos, decidiram deixar a filha e a babá aos cuidados das religiosas de Santa Madalena de Canossa.

Foi então que Bakhita teve seu encontro com o Senhor, conheceu o Evangelho e foi batizada aos 21 anos, recebendo o nome Josefina.

Quando os Michieli retornaram da África e foram buscar a filha e Bakhita, esta, com firme decisão, disse que queria ficar com as Irmãs Canossianas para servir a Deus.

Em 1896, atendendo ao chamado para a vida religiosa, Josefina Bakhita se consagrou para sempre ao seu Deus, que ela chamava com carinho “o meu Patrão”.

“Se eu encontrasse de novo aqueles negreiros que me sequestraram e também aqueles que me torturaram, me ajoelharia para beijar as suas mãos, porque, se não tivesse acontecido isto, eu não seria agora cristã e religiosa”, disse certa vez a santa.

Dedicou-se por mais de cinquenta anos às várias ocupações no convento. Foi cozinheira, responsável pelo guarda-roupa, bordadeira, sacristã, porteira.

Admirada pelas irmãs e pelos moradores do local por sua humildade, simplicidade e alegria, costumava dizer: “Sede bons, amai a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se, soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!”.

Já na velhice e tomada por longa e dolorosa doença, reviveu a agonia dos terríveis anos de escravidão. Várias vezes suplicava à enfermeira que a assistia: “Solta-me as correntes ... pesam muito!”.

Em 8 de fevereiro de 1947, a “Santa Irmã Morena” partiu para a casa do Pai, tendo proferido suas últimas palavras: “Nossa Senhora! Nossa Senhora!”.

Em 1992, Bakhita foi beatificada por São João Paulo II e canonizada pelo mesmo Pontífice em 1º de outubro de 2000, após o reconhecimento da cura milagrosa de Eva Tobias da Costa, brasileira, moradora de Santos (SP), que havia rezado pela intercessão de Bakhita em 1980.

Por sua espiritualidade e força ante as adversidades, São João Paulo II a chamou “Nossa Irmã Universal” e sua história de foi, na realidade, a história de todo um continente.

Bento XVI, a esperança e a Santa

Em 2007, o Papa Bento XVI utilizou o exemplo de vida de Santa Josefina Bakhita em sua encíclica Spe Salvi para falar da esperança.

No texto, o Papa Emérito escreve que Bakhita “só tinha conhecido patrões que a desprezavam e maltratavam ou, na melhor das hipóteses, a consideravam uma escrava útil. Mas agora ouvia dizer que existe um ‘paron’ acima de todos os patrões, o Senhor de todos os senhores, e que este Senhor é bom, a bondade em pessoa. Soube que este Senhor também a conhecia, tinha-a criado; mais ainda, amava-a. Também ela era amada, e precisamente pelo ‘Paron’ supremo, diante do qual todos os outros patrões não passam de miseráveis servos. Ela era conhecida, amada e esperada”.

“mais ainda, este Patrão tinha enfrentado pessoalmente o destino de ser flagelado e agora estava à espera dela ‘à direita de Deus Pai’. Agora ela tinha « esperança »; já não aquela pequena esperança de achar patrões menos cruéis, mas a grande esperança: eu sou definitivamente amada e aconteça o que acontecer, eu sou esperada por este Amor. Assim a minha vida é boa”.

Bento XVI recorda que “mediante o conhecimento desta esperança, ela estava ‘redimida’, já não se sentia escrava, mas uma livre filha de Deus. Entendia aquilo que Paulo queria dizer quando lembrava aos Efésios que, antes, estavam sem esperança e sem Deus no mundo: sem esperança porque sem Deus”.

 

 

Fonte – ACI Digital - REDAÇÃO CENTRAL, 08 Fev. 17 / 04:00 am (ACI) - http://www.acidigital.com/noticias/hoje-e-celebrada-santa-josefina-bakhita-exemplo-de-esperanca-crista-47894/

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Santo Alberto Magno, o “grande doutor” por um acordo com a Virgem

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No dia 15 de novembro, celebra-se Santo Alberto Magno, Doutor da Igreja e padroeiro dos estudantes de ciências naturais. Era considerado um grande especialista, mas a sua memória prodigiosa e seu notável espírito científico se devem a um acordo com a Virgem Maria.

Santo Alberto nasceu em Lauingen (Alemanha), por volta de 1206. Aos 16 anos, começou a estudar na Universidade de Pádua (Itália), onde conheceu o Beato Jordão da Saxônia, da Ordem de São Domingos, que o acompanhou em seu processo para ingressar nos dominicanos. Mais tarde, ocupou altos cargos como professor na Alemanha.

Em Paris, centro intelectual da Europa Ocidental naquela época, obteve o grau de professor e, diz-se que eram tantos os estudantes que frequentam suas aulas, que teve que ensinar em praça pública. Este lugar leva o seu nome, é a Praça “Maubert”, que vem de “Magnus Albert”.

Foi eleito superior provincial da Alemanha e, posteriormente, nomeado reitor de uma nova universidade em Colônia, onde teve como discípulo outro grande nome da Igreja, Santo Tomás de Aquino.

Foi uma grande autoridade em filosofia, física, geografia, astronomia, mineralogia, alquimia (química), biologia etc., assim como no que diz respeito à Bíblia e à Teologia. É o iniciador do sistema escolástico. No entanto, mantinha-se humilde e nunca deixou a oração e os sacramentos.

Em Roma, chegou a ser teólogo e canonista pessoal do Papa. Depois, foi ordenado Bispo de Regensburg, serviço ao qual renunciou tempos depois para se dedicar a formar e ensinar. Em 1274, participou ativamente no II Concílio de Lyon.

Até aqui, não cabia dúvida de que se tratava de um intelectual fora do comum. Porém, em 1278, enquanto dava aulas, subitamente sua memória falou e perdeu a agudeza do entendimento. Então, compreendeu que seu fim estava chegando.

Santo Alberto contou que, quando era jovem, os estudos eram difíceis para ele e, certa noite, tentou fugir do colégio onde estudava. Quando chegou ao topo de uma escada encostada na parede, encontrou a Virgem Maria.

“Alberto, por que em vez de fugir do colégio não reza para mim, que sou ‘Casa da Sabedoria’? Se tem fé em mim e confiança, eu te darei uma memória prodigiosa”, disse-lhe a Mãe de Deus.

“E para que saiba que fui eu que te concedi, quando for morrer, esquecerá tudo o que sabia”, acrescentou a Virgem. Isto se cumpriu. Dois anos mais tarde, o Santo partiu para o Céu muito pacificamente, sem doenças e enquanto conversava com seus irmãos em Colônia.

“Santo Alberto Magno – disse o Papa Vento XVI em 2010 – recorda-nos que entre ciência e fé existe amizade, e que os homens de ciência podem percorrer, através da sua vocação para o estudo da natureza, um autêntico e fascinante percurso de santidade”.

 

 

Fonte – ACI Digital - REDAÇÃO CENTRAL, 15 Nov. 16 / 04:00 am (ACI).- http://www.acidigital.com/noticias/hoje-e-celebrado-santo-alberto-magno-o-grande-doutor-por-um-acordo-com-a-virgem-86832/

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NOSSA SENHORA DO CARMO E O ESCAPULÁRIO

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No tempo das cruzadas, o calabrês Bertoldo, para cumprir um voto feito durante uma batalha contra os infiéis, retirou-se ao monte Carmelo, na Samaria, fundando aí a Ordem dos Carmelitas.

Aos pés do monte Carmelo existe hoje a cidade de Haifa. Possui 700 m de altitude. Mas como se ergue abrupta e perpendicularmente direto do mar, parece mais alto do que realmente é. Coberto de densos bosques, seu acesso não é muito fácil.

O Antigo Testamento alude freqüentemente às florestas que cobriam os monte. No livro dos Cânticos dos Cânticos, a cabeça da amada é comparada ao Carmelo (Ct 7,6). Em Jr 5,9, o Carmelo é chamado de "terra rica". Nesse monte ocorreu o desafio entre Elias e os sacerdotes de Baal (1Rs 18). A escolha do local para o desafio sugere que talvez houvesse um santuário de Baal sobre o monte. Parece que o Carmelo também foi morada de Eliseu, pelo menos ocasionalmente. Talvez tenha sido também um centro de associação de profetas.

Bertoldo e sua nova comunidade religiosa recebeu em 1209 uma regra muito rigorosa, aprovada pelo Patriarca de Jerusalém, Alberto. As Cruzadas levaram a fama desta Ordem para a Europa. Dois nobres fidalgos da Inglaterra convidaram alguns frades para acompanhá-los e fundar conventos na Inglaterra, o que fizeram. Pela mesma época, vivia no Condado de Kent, um eremita que há vinte anos escolhera o recolhimento e a solidão, tendo por habitação o tronco de uma árvore. O nome desse eremita era Simão Stock. Atraído pelo exemplo de piedade dos carmelitas recém-chegados, como também pela devoção mariana que aquela Ordem cultivava, pediu admissão como noviço na Ordem da Senhora do Carmo. Em 1125 foi eleito Superior Geral da Ordem.

O ESCAPULÁRIO

A Ordem começou a ser perseguida e Simão viajou a Roma. O papa Honório III avisado por uma misteriosa visão, recebeu cordialmente os religiosos carmelitas e aprovou novamente a regra da Ordem. Simão Stock foi depois visitar os Irmãos da Ordem no monte Carmelo, e demorou-se com ele seis anos.

Um Capítulo Geral da Ordem, realizado em 1237, determinou a transferência para a Europa de quase todos os religiosos. Para escapar à perseguição dos sarracenos, procuraram a Inglaterra, onde a Ordem já possuía 40 conventos. O grande desenvolvimento da Ordem deve-se em grande parte à instituição do Escapulário.

Ao "Santo do Escapulário", como o chamou o Papa João Paulo II, em 1983, apareceu a Virgem do Carmo, cercada de anjos, no dia 16 de julho de 1251, mostrando-lhe o Escapulário da Ordem e dizendo-lhe: "Este será o privilégio para ti e todos os carmelitas; quem com ele morrer não padecerá o fogo eterno. Quem morrer com ele se salvará".

O "Amado de Maria" muito amou a sua Ordem. Por ela orou, lutou e trabalhou com muita coragem. Transformou a Ordem de eremítica em cenobítica e mendicante. Expandiu o Carmelo na Europa. Convidou a todos a viver as virtudes simbolizadas no Escapulário. Este sinal mariano, aprovado pela Igreja e difundido pela Ordem Carmelita como manifestação de amor a Maria, de confiança filial em sua pessoa, deve ser um compromisso em viver as virtudes marianas.

Nossa Senhora do Carmo entregando o escapulário a São Simão Stock

Podemos contemplar no escapulário de Nossa Senhora do Carmo uma síntese do espírito carmelitano de amor a Maria Santíssima que conduz ao Cristo.

A Ordem foi sendo introduzida em vários países da Europa, passando da Europa a Portugal, onde se fundaram numerosos conventos de carmelitas calçados e descalços em que já se subdividia a Ordem. À Ordem Carmelita pertenceram muitos reis e rainhas de Portugal.

O povo brasileiro tem a Virgem do Carmo no coração desde o ano de 1586, quando foi fundado o primeiro convento do Carmo em nosso país, em Olinda. Evidentemente, este amor nos foi transmitido pelos primeiros Carmelitas que pisaram nossas terras. Seis anos mais tarde os carmelitas se estabeleceram em Salvador.

Sob a proteção de Nossa Senhora do Carmo nasceu a primeira vila do estado de Minas Gerais, a futura Mariana. Existem no Brasil 106 paróquias dedicadas à Virgem do Carmo.

ORAÇÃO

Nós vos suplicamos, Senhor, que nos assistais com a intercessão poderosa da Santíssima Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, para que, guiados pelo seu exemplo e proteção, subamos o monte da perfeição que é Cristo. Amém.

INVOCAÇÕES

Transbordo de alegria em Deus, meu Salvador,
porque me deu por Mãe, a sua Mãe,

Rainha e Mãe do Carmelo
(Ave Maria).

Senhora, leva-me a teu Monte Santo
e alegra-me em tua casa de oração.
Conduze-me, Virgem Maria,
à Terra do Carmelo,
para que eu possa saborear seus melhores frutos.
(Ave Maria).

Mãe, que tua branca sombra
invisível acompanha meus passos,
levando-me a Cristo, minha origem e meta.
(Ave Maria).

Mãe, sempre me mantenha
unido a ti com laços irrompíveis,
praticando seriamente as virtudes.
(Ave Maria)

Saudação à Mãe do Carmo

Mãe do Carmelo, ao aproximar-me de ti, recordo a visita que fizeste ao lar de Zacarias.
Nas asas do amor voaste até à montanha.
Ao encontraste Isabel a saudaste.
E tuas palavras de cortesia fizeram João estremecer prodigiosamente no seio materno.
Tua prima, cheia do Espírito Santo, respondeu tua saudação com uma jubilosa acolhida.

Eu, bendita Senhora e minha Mãe, repito hoje a felicitação de Isabel:
Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre.
Tu és feliz, porque acreditaste que se cumpriria o que te foi dito da parte do Senhor!

Virgem do Carmo, minha Mãe, aqui me tens, bem próximo a ti.
Meu coração, ó Mãe, repousa frente ao teu,
para que o incendeies com teu amor e o torne semelhante ao teu.

Virgem do Carmo, sou mendigo de Deus e também teu mendigo,
por isso te peço que me socorra em minhas necessidades (fazer a intenção)
mas sobretudo a de todos os homens e mulheres, meus irmãos.

Ó Mãe, recebe novamente minha saudação, agora com as palavras do anjo:
Alegra-te, cheia de graça,
o Senhor está contigo;
bendita és tu entre as mulheres!
Amém.

(Três Ave-Marias)

Fonte – Site – Nossa Senhora de Todos os Povos


 

12 chaves para usar o escapulário de Nossa Senhora do Carmo 

“A devoção do Escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais”, disse o Papa Pio XII. Conheça aqui 12 chaves para quem usa este objeto religioso.

1. Não é um amuleto

Não é um amuleto nem nenhuma garantia automática de salvação ou uma dispensa para não viver as exigências da vida cristã. “Perguntas: e se eu quiser morrer com meus pecados? Eu te respondo, então morrerá em pecado, mas não morrerá com teu escapulário”, advertia São Cláudio de la Colombière.

2. Era uma veste

Escapulário vem do latim “scapulae” que significa “ombros” e originalmente era uma veste sobreposta que caia dos ombros, usada pelos monges no trabalho. Os carmelitas o assumiram como mostra de dedicação especial à Virgem, buscando imitar sua entrega a Cristo e ao próximo.

3. É um presente da Virgem

Segundo a tradição, o escapulário, tal como se conhece atualmente, foi dado pela própria Virgem Maria a São Simão Stock em 16 de julho de 1251. A Mãe de Deus lhe disse: “Deve ser um sinal e privilégio para ti e para todos os Carmelitas: Aquele que morrer usando o escapulário não sofrerá o fogo eterno”. Posteriormente, a Igreja estendeu este escapulário aos leigos.

4. É um mini hábito

É como um hábito carmelita em miniatura que todos os devotos podem portar como mostra de sua consagração à Virgem. Consiste em um cordão que se coloca no pescoço com duas peças pequenas de tecido cor de café. Uma das peças fica sobre o peito e a outra sobre as costas e se costuma usar sob a roupa.

5. É sinal de serviço

Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja, dizia: “Assim como os homens ficam orgulhosos quando outros usam a sua insígnia, assim a Santíssima Virgem se alegra quando os seus filhos usam o escapulário como sinal de que se dedicam ao seu serviço e são membros da família da Mãe de Deus”.

6. Tem três significados

O amor e o amparo maternal de Maria, a pertença a Nossa Senhora e o suave jugo de Cristo que Ela nos ajuda a levar.

7. É um sacramental

É reconhecido pela Igreja como um sacramental. Ou seja, um sinal que ajuda a viver santamente e a aumentar nossa devoção. O escapulário não comunica graças como fazem os Sacramentos, mas sim dispõe ao amor do Senhor e ao arrependimento se recebido com devoção.

8. Pode ser dado a um não católico

Certo dia, levaram a São Stock um ancião moribundo, que ao recuperar a consciência disse ao santo que não era católico, que usava o escapulário como promessa a seus amigos e que rezava uma Ave Maria diariamente. Antes de morrer, recebeu o batismo e a unção dos enfermos.

9. Foi visto em uma aparição de Fátima

Lúcia, a vidente da Virgem da Fátima, contou que na última aparição (outubro de 1917), Maria apareceu com o hábito carmelita e o escapulário na mão e voltou a pedir que seus verdadeiros filhos o levassem com reverência. Deste modo, pediu que aqueles que se consagrem a Ela o usem como sinal desta consagração.

10. O escapulário que não se danificou

O Beato Papa Gregório X foi enterrado com seu escapulário e 600 anos depois, quando abriram sua tumba, o objeto mariano estava intacto. Algo semelhante aconteceu com Santo Afonso Maria de Ligório. São João Bosco e São João Paulo II também o usavam e São Pedro Claver investia com o escapulário os que convertia e preparava.

11. Não é qualquer um que o pode impor

A imposição do escapulário deve ser feita preferivelmente em comunidade e que na celebração fique bem expresso o sentido espiritual e de compromisso com a Virgem. O primeiro escapulário deve ser abençoado por um sacerdote e posto sobre o devoto com a seguinte oração.

“Recebe este santo Escapulário como sinal da Santíssima Virgem Maria, Rainha do Carmelo, para que, com seus méritos, o uses sempre com dignidade, seja tua defesa em todas as adversidades e te conduza à vida eterna”.

12. Só se abençoa o primeiro que recebe

Quando se abençoa o primeiro escapulário, o devoto não precisa pedir a bênção para escapulários posteriores. Os já gastos, se foram abençoados, não devem ser jogados no lixo, mas podem ser queimados ou enterrados como sinal de respeito.

 

Fonte – ACI Digital - REDAÇÃO CENTRAL, 16 Jul. 16 / 07:00 am (ACI).- http://www.acidigital.com/noticias/12-chaves-para-usar-o-escapulario-de-nossa-senhora-do-carmo-58731/

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