A Igreja defende a natureza sem o panteísmo e sem paganismo ecológico.

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Blogueiro Vinicius

Uma coisa que eu aprendi na vida é devemos fazer tudo na medida certa; nem mais, nem menos. Tudo quanto aprendi na escola sobre preservação ao meio ambiente consolidou-se em, creio eu, sadias atitudes em relação à preservação dos recursos naturais. Muito frequentemente costumo apagar as luzes da casa, demorar o mínimo possível no banho, nunca jogar lixo no chão, etc. Por outro lado, o que ocorre hoje em dia nesse âmbito como em muitos outros é que as pessoas exageram em dedicação impondo aos outros condições absurdas na forma de mandamentos ambientais. É, sem dúvida alguma, sem perceber, alguns ditos protetores da natureza dedicam-se a essa causa com tanto afinco que para mim torna-se tênue a linha entre ativismo e religiosidade. A defesa do meio ambiente nos nossos dias não raro mostra-se distante do que nos esclarece a Escritura: “ Tudo o que se move e vive vos servirá de alimento; eu vos dou tudo isto, como vos dei a erva verde.” (Gn 9, 3), de modo que somos obrigados a iconizar tudo e viver quase de fotossíntese nessa sede de preservar.

A despeito disso tudo, tenho visto que nos últimos anos a Igreja também tem se preocupado com essas questões. Não como o escopo mais importante de sua pregação, mas como algo importantíssimo na condição do homem multidimensional. Em outras palavras, a Igreja fala sobre meio ambiente, defesa da vida humana, relações de trabalho, etc, não como uma intrusa de quem se espera só o que tange ao “convertei-vos e crede no evangelho”, mas como uma instituição com mais de 2000 anos de experiência do que é o homem, do que ele precisa para ser feliz e se salvar. Nesse contexto, há de se afirmar que a natureza foi-nos dada por Deus para que pudéssemos fazer uso dela. Mas há um contraponto nisso tudo: o homem deu nome a todos os animais e plantas da terra, pressupondo assim um cuidado inerente a essa relação.

Para quem não se deu conta ainda, Bento XVI, como líder espiritual, tem dado muita ênfase ao cuidado que o mundo e especialmente os cristãos devem ter pela criação. Resolvi escolher cinco pontos de destaque em seu pontificado que vão desde o exemplo prático a ensinamentos sobre como devemos nos relacionar com os bens naturais que Deus nos concedeu. Acompanhe as notícias e diga a partir de agora (embasadamente) a todos: meu papa é verde!

1. Vaticano terá emissão zero de carbono

Com a instalação de painéis solares e o anúncio de que plantará uma floresta para compensar suas emissões de gás carbônico (CO2), o menor Estado do mundo, o Vaticano, entra na luta pela defesa do ambiente. [...] O Estado pontifício aceitou o insólito presente da empresa americana Planktos Inc. e da companhia húngara Klimafa: a plantação de uma floresta em território húngaro no ano que vem, a qual vai compensar as emissões de CO2 provenientes dos seus cerca de mil habitantes. Dessa forma, o Vaticano, com um território de meio quilômetro quadrado, vai transformar-se no primeiro Estado com emissão zero no planeta.

2. Vaticano já conta com seu primeiro automóvel elétrico

A empresa NWG deu de presente ao Papa Bento XVI um automóvel que funciona somente com energia elétrica para agradecer sua constante preocupação pela defesa da criação. Depois de reunir-se com o Papa, os fundadores da empresa, Francesco D’antini e Antonio Rainone, apresentaram o automóvel em uma cerimônia junto ao diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Padre Federico Lombardi entre. O automóvel foi abençoado e pediu-se a São Cristóvão, o padroeiro dos condutores, para que sempre conduzido com responsabilidade. O modelo NWG Zero exibe a placa do Estado da Cidade do Vaticano SCV00173. Conta com um motor de alimentação elétrica cujas baterias podem ser conectadas a qualquer tipo de tomada. O custo de recarga é de 2.5 dólares.

3. Encíclica Caritas in Veritate

Thomas J. Reese, S.J.: ”Em sua nova encíclica Caritas in Veritate, o Papa nos chama a valorizar a natureza como uma criação de Deus, ao mesmo tempo que rejeita os pontos de vista pagãos ou panteístas. “O crente reconhece na natureza o maravilhoso resultado da atividade criativa de Deus, que devemos usar de maneira responsável para satisfazer nossas legítimas necessidades, materiais ou de outra índole, respeitando o equilíbrio intrínseco da criação”. Ele faz um chamado “a uma redistribuição global dos recursos energéticos, de maneira que os países que não os tem, possam ter acesso a eles”. ” Nenhum político americano diria algo assim, mas Bento XVI pode fazr isso e o faz porque sua visão do meio ambiente está motivada pela teologia, não pela política”

4. Vaticano pressiona a retirada de termos parasitas em documento da Rio+20

O Brasil cedeu à pressão do Vaticano e tirou do novo projeto de texto final da Rio+20, apresentado na manhã de hoje, a expressão “direitos reprodutivos”, que designa a autonomia da mulher para decidir quando ter filhos. A nova redação fala apenas em “saúde reprodutiva”, referindo-se ao direito de acesso a métodos de planejamento familiar. Mantém as referências à Declaração de Pequim, de 1995, que, entre outros temas sobre igualdade de gêneros, trata de direitos sexuais femininos. O Vaticano, que tem status de observador na ONU, queria também tirar essas referências.

5. Conferência sobre Meio Ambiente reúne mais de 80 cientistas no Vaticano

Organizado pelo Pontifício Conselho para Justiça e Paz reuniu 80 especialistas representando os âmbitos científico, político, econômico e espiritual para debaterem sobre as mudanças climáticas. O Congresso aconteceu nos dias 26 e 27 de abril, na Cidade do Vaticano, com o tema “Mudanças climáticas e desenvolvimento”. [...] Ao trazer diferentes lados sob o teto neutro do Vaticano, a Igreja está ajudando a promover uma abordagem renovada a um assunto tão pautado pelo conflito, pela confusão e, frequentemente, pela passividade, disse Lucia Silecchia, professora da The Catholic University of America.

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