O concilio e a palavra de Deus
Dando continuidade à proposta de – neste espaço – recordar o Concilio Vaticano II ao comemorarmos 50 anos de seu inicio, escolhemos para este mês a constituição dogmatica Dei Verbum, que versa sobre a palavra de Deus.
No primeiro paragrafo do documento vem explicita sua intenção: “... expor a genuina doutrina acerca da Revelação divina e de sua transmissao a fim de que, pelo anuncio da salvação, o mundo inteiro, ouvindo, creia, crendo, espere, esperando, ame”. Essas palavras deixam claro que na Revelação divina comunicada a nós pela palavra de Deus está o fundamento das virtudes teologais: a fé, a espererança e o amor. Desenvolvendo o tema, o documento ressalta que não é apenas por meio da escritura que q revelaçãi é feita, mas tambem pela Tradição., merecedora da mesma credibilidade. Afirma a Dei Verbum: “Por isso ambas (Escritura e Tradição) devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverencia” (DV 9).
Assim define a autoria da Bíblia: “As coisas divinamente reveladas, que se encerram por escrito e se manifestam na Sagrada Escritura, foram consignadas sob a inspiração do Espirito Santo”. Entre as muitas considerações sobre o valor da palavra de Deus na experiencia de fé do cristão, encontra-se esta, que dispensa qualquer comentário: “Portanto ignorar as escrituras é ignorar Cristo” (DV 25).
Estamos na Quaresma, preparando-nos, com a Igreja, para a magna celebração do mistério páscal. Uma leitura completa da Dei Verbum nos motiva a tomar a palavra de Deus como guia neste tempo de oração e conversão.
D. Geraldo Majella Agnelo
Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador
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